A Crítica, Cidades, p. C8
21 de Ago de 2004
Áreas protegidas receberão investimento de R$ 3 milhões
Acordo de cooperação técnica foi assinado ontem, entre o governo do Estado, via SDS, e a ONG WWF-Brasil, no valor de R$ 3,15 milhões para o fortalecimento do sistema estadual de unidades de conservação
Por Raphael Alves
Especial para A Crítica
Conservar a natureza, respeitando a presença humana. Esse é o foco do acordo de cooperação técnica assinado, ontem de manhã, pela Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SDS) do Governo do Amazonas e a organização não-governamental World Wildlife Foundation (WWF). Na cooperação, a ONG investirá, durante três anos, R$ 3,15 milhões no fortalecimento do sistema estadual de unidades de conservação (ou áreas protegidas). Os investimentos decorrentes da do acordo de cooperação técnica entre as duas entidades serão aplicados na gestão e na criação de áreas protegidas. Por isso, o acordo também reforça programas do Estado como o Zona Franca Verde (ZFV) e o Áreas Protegidas da Amazônia (Arpa).
O secretário estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Virgílio Viana, afirmou que a dos contratos formalizou uma cooperação que já vinha acontecendo. "Já fizemos outras missões com o apoio técnico e financeiro da WWF-Brasil", lembra. 0 secretário também garantiu que a verba investida pela instituição não-governamental está direcionada ao fortalecimento de áreas de conservação já existentes e para pesquisas destinadas à criação, de novas áreas protegidas. Para Viana, muitas medidas que visam a conservação da natureza não levam em consideração a presença humana no local. "0 que o mundo não vê é que as reservas não estão vazias. Por isso, estamos tentando priorizar ações sociais nessas áreas de conservação",destaca.
A secretária-geral da WWF-Brasil, Denise Hamú, afirmou que permitir desenvolvimento sustentável nas áreas de conservação é fundamental. "Não adianta falar simplesmente de conservação. Também temos de buscar a sustentabilidade para as comunidades dessas áreas." A secretária-geral da ONG ressaltou que a verba investida não é destinada somente à criação de novas áreas. "Não estamos competindo com outras unidades já existentes. Nosso objetivo é somar esforços para atuar também nessas e estudar a criação de outras novas", diz.
Denise Hamú também destacou o fato de que a colaboração técnica entre o Governo e a WWF-Brasil vai facilitar o planejamento de como serão manejadas as áreas de conservação.
"Vamos poder interagir e mostrar alternativas econômicas para a população das áreas protegidas.
Além disso, poderemos definir novas áreas com base em consultas locais", afirma. Como exemplo, ela citou a Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Mamirauá, que deve ser seguido na gestão e na criação de outras unidades de proteção. "Mamirauá é o exemplo mais bem-sucedido de RDS. Em muitas outras, a presença do homem é excluída. Mas em Mamirauá, a própria reserva gera alternativas econômicas para os povos locais", conta a secretária-geral.
Unidades
Entre as unidades que serão beneficiadas estão as Reservas de Desenvolvimento Sustentável do Cujubim (Jutaí), do Uatumã (São Sebastião do Uatumã e (tapiranga) e de Piaguçú-Purus (Anori, Beruri, Coari e Tapauá); a Reserva Extrativista Catuá-Ipixuna (Coari e Tefé), a Floresta Estadual do Rio Urubu (Rio Preto da Eva) e a Floresta Estadual de Maués. As novas áreas de conservação de proteção integral são os Parques Estaduais de Cuieiras e do Sumaúma, ambos em Manaus.
Em números
100 é o número de países em que atua a World Wildlife Foundation (WWF);
25 anos é o tempo de atuação da WWF no Brasil. Desde 1996, a organização não-governamental tem autonomia como instituição brasileira;
3 é o número de reservas de desenvolvimento sustentável (RDS) criadas no atual Governo: a do Cujubim, do Uatumã e do Piagaçú-Purus.
Destaque
O Áreas Protegidas da Amazônia (Arpa) é um programa que integra as políticas do Governo Federal para promovera conservação da biodiversidade e o desenvolvimento sustentável na Amazônia brasileira. Seu objetivo é proteger pelo menos 50 milhões de hectares da biodiversidade da região por meio de unidades de conservação.
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Utilidade pública
A WWF Brasil é uma organização da sociedade civil brasileira sem fins lucrativos, reconhecida pelo Governo Federal como entidade de utilidade pública dedicada à conservação da natureza. Além disso, a ONG integra a maior rede de conservação ambiental do mundo, a Rede WWF, com sede em Gland (Suíça). O Zona Franca Verde (ZFV) é um programa de desenvolvimento sustentável do Amazonas, a partir de sistemas de produção florestal, pesqueira e agropecuária ecologicamente saudáveis e economicamente viáveis.
Blog
Cláudio Maretti coordenador de áreas protegidas da WWF-Brasil
"Um acordo como esse é importante porque a Amazônia é o ecossistema mais importante do mundo. Além disso, a região é uma potencialidade econômica Essa cooperação entre a WWF-Brasil e a SDS é feita, principalmente, em respeito e com o apoio das comunidades das áreas de conservação. Hoje, já existem áreas que protegem o meio de vida desses povos."
Investimento de planos à educação
Os investimentos da WWF-Brasil em áreas de preservação no Amazonas serão responsáveis por realizar estudos técnicos e científicos para a definição de áreas prioritárias para a criação de unidades de conservação. Além disso, a verba servirá para a criação de planos de manejo para consolidar unidades de conservação já existentes.
A secretária-geral da WWF-Brasil, Denise Hamú, lembrou, durante o evento que oficializou o acordo de cooperação técnica entre o Governo e a WWF-Brasil, que também serão realizadas atividades de educação ambiental. "Capacitaremos técnicos ambientais para a gestão de unidades de conservação", afirma. Denise também lembrou que o Amazonas tem sido um grande parceiro nesta vertente. Segundo ele, o trabalho da SDS facilitou a gestão das áreas de preservação. "0 secretário Virgílio Viana tem feito um excelente trabalho, em especial na criação de novas áreas, classificando-as de maneira que possamos realizar trabalhos de desenvolvimento sustentável."
A Crítica, 21/08/2004, Cidades, p. C8
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