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Como a bioeconomia pode transformar velhas formas de viver

Valor Econômico - https://valor.globo.com/
02 de Mai de 2024

Como a bioeconomia pode transformar velhas formas de viver
Uso sustentável dos recursos naturais não vai gerar setores imensos, mas preserva diversidade e inclui os mais vulneráveis

02/05/2025

Daniella Chiaretti

Pau-rosa é uma árvore bonita e elegante. Nativa da Amazônia, atinge 30 metros de altura. Toda ela é perfumada. Produz um óleo tão particular que, por décadas, foi um dos ingredientes do Chanel No 5, o mais famoso da casa sa e o preferido de Marilyn Monroe. O pau-rosa era encontrado por toda a região, mas ser tão especial foi quase uma sentença de morte. Bioeconomia é um nome novo para o que existe desde sempre na Amazônia - e a exploração do pau-rosa é o resultado de como tratar de modo abusivo algo de muito potencial. O conceito tem qualificação para dar rosto à economia da Amazônia e preservá-la, desde que se respeitem fronteiras e conhecimentos locais. Na bioeconomia, a biodiversidade limita a escala e a floresta é soberana, não o mercado.

Bioeconomia, já se sabe, é um conceito em disputa. Para os pesquisadores da Amazônia, nem novo é - é a economia praticada há séculos por seringueiros, extrativistas, quilombolas, ribeirinhos, pescadores artesanais. São atividades ancestrais, aderentes ao bioma e invisíveis na contabilidade nacional. "Tem gente que diz 'vamos implementar a bioeconomia na Amazônia'. Como assim? É o que se faz aqui há séculos", ironiza o economista Francisco de Assis Costa, professor do Núcleo de Altos Estudos Amazônia, o Naea, da Universidade Federal do Pará. Para o climatologista Carlos Nobre, trata-se de "uma economia de floresta em pé e rios fluindo". O agronegócio, por seu turno, tem um conceito elástico do termo e acredita que o setor está inserido nesta moldura onde "bio" se relaciona com frangos e porcos, soja e cana, bois e eucaliptos.

O conceito é ambivalente no mundo. O exemplo da Finlândia é uma história de sucesso a partir de abetos e pinheiros naturais e plantados, e biomassa para substituição de combustíveis fósseis -, mas a Finlândia não tem a maior floresta tropical do mundo. "Bioeconomia é uma economia de 'terroir' que dá valor ao que é específico e único. A economia de bioma, nova e sofisticada, tem que ser apoiada pela conotação de distinção", defende Costa. "Desde o início é uma economia que lida com a diversidade. Não tem o mesmo paradigma da bioeconomia da agricultura, que é padronizadora", compara.

A castanha-do-Brasil é um dos símbolos do extrativismo florestal não madeireiro na Amazônia. Não é produzida em outro lugar. Não existem plantações. Praticamente toda castanha consumida no Brasil e no mundo vem da floresta nativa, "coletada de árvores centenárias ou milenares, muitas possivelmente plantadas por indígenas que habitavam a região antes da chegada de Pedro Álvares Cabral", escreveu em um artigo Salo Coslovski, pesquisador do Amazônia 2030 e professor da Universidade de Nova York. Ele estima que o comércio exterior de castanhas movimenta US$ 350 milhões anuais. É a Bolívia quem lidera, com 74% do mercado, seguida pelo Peru. O Brasil, em terceiro, tem 11%.

O cacau, outro símbolo da bioeconomia, tem forte produção no Pará - 950 quilos por hectare. Em estudo sobre produtos compatíveis com a floresta, Coslovski listou 64 exportados da Amazônia entre 2017 e 2019. Peixes, frutas, pimentas tinham só 0,17% do mercado mundial de US$ 176 bilhões anuais. Ou seja, espaço para crescer e preservar.

Estudo recente do World Resources Institute, o WRI, mostra que o Pará pode ser o epicentro da bioeconomia na Amazônia. O PIB paraense pode aumentar em R$ 816 milhões, elevar em R$ 44 milhões a arrecadação fiscal e gerar 6,6 mil empregos. Isso desde que existam investimentos de R$ 720 milhões em 13 cadeias da bioeconomia - do açaí à castanha, da borracha ao mel de abelhas nativas, do cupuaçu à andiroba, do babaçu ao buriti, do cacau à copaíba. Foi Costa - o "Chiquito", como é conhecido dentro e fora da Amazônia - quem desenvolveu técnicas de mensuração dessa economia. "Queria torná-la visível", diz.

Entre os nove Estados amazônicos, 75% do que é produzido em bioeconomia vem do Pará. "A bioeconomia é uma estratégia de desenvolvimento baseada no uso sustentável dos recursos naturais, valorizando a floresta em pé e promovendo cadeias produtivas ligadas à sociobiodiversidade", diz o estudo. Rafael Feltran-Barbieri, economista sênior do WRI Brasil, faz um alerta importante: "Querer que a bioeconomia seja um setor imenso, como é o da soja ou da pecuária, é uma contradição nos próprios termos. Se se começa a introduzir monoculturas de produtos da biodiversidade, não se está mais promovendo a bioeconomia, mas promovendo uma nova monocultura, baseada em produtos da biodiversidade", diz. "A bioeconomia não será gigante, mas tem a capacidade de fazer o que outras cadeias não fazem: incluir os mais vulneráveis, que conhecem a região e protegem a floresta."

O sinal vermelho apontado por Barbieri remete ao desastre do pau-rosa. A exploração começou na década de 1920 e menos de 40 anos depois seu óleo chegou a ser o terceiro produto na pauta de exportações da Amazônia, só atrás da borracha e da castanha. Mas, para produzir 10 litros de óleo, uma árvore de quase uma tonelada precisava vir ao chão, o tronco ser moído e o resultado, destilado. O pau-rosa foi tão derrubado que em 1992 entrou para a lista de espécies ameaçadas do Instituto Nacional do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, o Ibama, e incluído em listas similares na Colômbia e no Suriname. No fim dos anos 1990, ecologistas ses iniciaram um boicote aos produtos da Chanel, por conta da extração predatória da árvore. A pressão provocou uma revisão das possibilidades de manejo sustentável do pau-rosa e estudos alternativos para a extração do óleo.

O desastre aconteceu no Amazonas, mas o Pará também tem sua famosa história de fracasso em afrontar a floresta. Nas margens do Tapajós, entre Santarém e Itaituba, a "selva" deu um chega-pra-lá às ambições de Henry Ford no início do século XX. O pioneiro da indústria automobilística queria erguer um megaprojeto para produzir látex. A ideia era formidável: uma cidade construída para os funcionários com casas, hospital, hotel, piscina, playground e, dizem, até um campo de golfe. Tudo em plena Amazônia.

Os motivos para não ter dado certo são variados e complexos - malária, preço do látex, febre amarela, invenção da borracha sintética. Mas a iniciativa de abrigar uma plantação extensiva de seringueiras somada à arrogância de que técnica e ciência bastariam para conquistar os humores da floresta tropical foram fatais. Plantadas próximas umas às outras, no estilo ordenado das monoculturas, as árvores foram vítimas de uma praga. Sem biodiversidade ao redor para protegê-la da peste, a plantação foi a pique. Fundada em 1928, a Fordlândia durou 18 anos e virou cidade-fantasma, enterrando um sonho de US$ 250 milhões em valores atuais.

Desenvolver a Amazônia como São Paulo ou o Centro-Oeste não dará certo. Na floresta as formas de produção são baseadas em um paradigma diferente - padronização e escala, por exemplo, não funcionam do mesmo jeito por lá. A lógica de alimentação da capacidade produtiva está associada à diversidade. É o que Costa chama de economia bioecológica: "Uma bioeconomia associada a uma ecologia necessária". Parece uma expressão que se repete, mas não é. "Aqui os problemas não se resolvem mecanizando ou homogeneizando mais."

O economista Danilo Araújo Fernandes pertence à tradição de intelectuais belenenses que vivem e estudam as dinâmicas da floresta. Professor da UFPA e pesquisador do Naea, ele volta atrás no tempo para explicar o porquê de o PIB nacional não captar a economia real da Amazônia, que envolve milhares de pessoas, mas não é muito monetizada.

No Pará, ao contrário do que ocorreu no Acre e no Amazonas em fases posteriores do ciclo da borracha, não havia grandes seringais. "Tinha as comunidades ribeirinhas que hoje produzem açaí. Só mudou o produto", conta. "Toda a economia dessa região é a origem de uma bioeconomia ancestral de populações tradicionais que produzem os mais variados produtos da biodiversidade, a borracha, a castanha, o açaí, o cacau."

É nessa época que surgem os "regatões", grandes embarcações comerciais que saíam distribuindo produtos, levando de um lugar ao outro, fazendo permutas. A economia na Amazônia surge assim, com fortes relações de troca. "Mas cria-se uma estrutura poderosa e muito eficiente, que consegue comercializar em uma região de rios longos e distâncias gigantes, e com estratégias para financiar a colocação de produtos no mercado", explica Fernandes.

O financiamento dessa arquitetura seguia a lógica do aviamento, famosa no ciclo da borracha. "Veja como era a estrutura dos seringais: havia os seringueiros e havia o barracão, que fornecia a eles todas as ferramentas e o que mais precisavam, e os seringueiros trocavam por borracha", conta. "Esse sistema é visto com muitas ressalvas na literatura, claro, entendido como uma forma de escravidão. O que quero dizer é que havia uma contabilidade, mas sem dinheiro. Isso se transformou em uma economia invisível. As pessoas não tinham renda e não compravam produtos. Muito diferente do café em São Paulo, que se desenvolveu, depois do fim do escravismo, com trabalhadores que recebiam salários e compravam produtos. E ali se gera uma economia industrial."

Belém viveu um período de grande prosperidade no fim do século XIX e início do século XX. O belo Teatro da Paz é de 1870, muito antes do auge do ciclo da borracha no Amazonas e no Acre. Os casarões da capital paraense são memória dessa opulência. "No boom da borracha do Amazonas e do Acre, os grandes seringalistas trouxeram migrantes do Nordeste para trabalhar como seringueiros. Aqui, não." A região de Belém, com mais de 40 ilhas, era populosa. Viviam ali famílias extrativistas que forneceram borracha naquele primeiro ciclo, quando Belém enriqueceu. "Essa mesma estrutura criou a elite mercantil e os regatões, que chegavam nas comunidades com artigos de Belém e trocavam pelos produtos dos ribeirinhos. Esse sistema criou o intermediário, que até hoje tem uma função. O açaí, por exemplo, depende disso", explica Fernandes. "Essas estruturas são antigas e aderentes ao bioma. Têm a grande dificuldade de não gerar renda na ponta; por outro lado, fazem essa economia funcionar."

É assim que se desemboca na bioeconomia atual, na visão do pesquisador, com gargalos e desigualdades profundas, mas eficiência para operar em uma região complexa. "Essa economia milenar não existiria se não fosse assim. Precisamos da história para entender a estrutura econômica que hoje chamamos de bioeconomia da sociobiodiversidade ou bioeconomia bioecológica", diz. Os sistemas agroflorestais são parte dela - as comunidades aprenderam a produzir manejando a diversidade que a floresta oferece.

A 100 quilômetros de Belém e pouco mais de uma hora de barco pelo rio Guamá, fica a comunidade de Santa Maria, no município de Acará. Ali, em um terreno com palmeiras de açaí e bacuris, está a unidade demonstrativa de meliponicultura do Instituto Peabiru, um espaço com 600 colmeias de abelhas sem ferrão. São nativas da Amazônia. "Na unidade não produzimos mel, é mais para reprodução. Daqui saem as abelhas para os projetos", explica Cleiton José Oliveira Santos, o técnico responsável pelo manejo das abelhas, trajetória que iniciou há 19 anos. "Comecei e não parei. Hoje meu sustento é pelas abelhas."

Cada colmeia tem umas 3 mil abelhas e produz entre três e quatro quilos de mel. "Elas estão entre as principais polinizadoras das nossas florestas. Sem abelhas, não existe floresta em pé", diz. Os projetos distribuem 30 colmeias por família. Só no Acará são 40 produtores.

Foi a mãe de Cleiton quem sugeriu que a base de sustentação das colmeias fosse um cano de PVC. "Ela viu que, com um ano, os cavaletes de madeira quebravam, as colmeias iam para o chão e precisava reconstruir tudo. O cano de PVC não apodrece", conta o técnico. A tecnologia social inclui uma esponja com óleo queimado na base, para espantar formigas e cupins. "Sem essa espuma de colchão velho molhada no óleo queimado, provavelmente todos esses ninhos teriam sido dizimados", diz Manoel Potiguar, gerente de projetos do Peabiru. O cano de PVC fica escorregadio com o óleo e impede que bichos maiores, como quatis e tamanduás-de-colete, roubem o mel. "Essa tecnologia vem de uma construção coletiva de pesquisadores da Embrapa, das nossas experiências no Peabiru, de pessoas como a mãe do Cleiton. Vamos criando um modelo", diz Potiguar.

Os últimos dois anos foram atípicos na região, com altas temperaturas. A floração do urucum e do ingá não veio no tempo certo e quando veio, foi escassa. "Teve lugar em que esperávamos coletar mel, mas não conseguimos porque as abelhas consumiram sua própria reserva", diz Potiguar. Improvisou-se uma adaptação ao impacto da mudança do clima - uma garrafinha acoplada às colmeias com água e açúcar, para alimentar as abelhas quando não há flores. "O processo traz novidades, mas a lida com o mel e com essas abelhas é muito antiga", reconhece Potiguar.

Em abril foi iniciada uma nova frente do projeto, o Mulheres Amigas das Abelhas, que instalará 400 colmeias em comunidades ribeirinhas, buscando segurança alimentar, sustentabilidade e fortalecimento social de lideranças femininas. "Vamos colocar caixas de abelhas em comunidades de mulheres nas ilhas do Combu e Cotejuba", adianta Luciana Kellen, gerente de comunicação e engajamento do Peabiru e da equipe que levou a reportagem a conhecer atividades de bioeconomia no território. "Dar perspectiva de gênero ao projeto é reconhecer que, aqui neste entorno, as mulheres são grandes lideranças e cuidam desses espaços", diz Luciana. "Elas produzem cacau, andiroba e muitos outros frutos. Ter uma caixa de abelhas faz todo sentido e é mais uma fonte de renda."

A grande economia extrativista do Pará hoje é o açaí. Potiguar explica a função ecológica das abelhas sem ferrão: "O açaí gera divisas enormes para o Pará, tem uma cadeia de valor estruturada. Mas, sem abelha, não tem açaí, porque depende de polinização. E só as abelhas nativas conseguem fazer a polinização do açaizeiro, porque sua flor é muito pequena. À medida que as pessoas retiram toda a floresta em volta do açaizal, as palmeiras correm risco de baixar drasticamente a produção. O principal agente polinizador, que são essas abelhas, depende de troncos ocos na natureza para poder criar a colmeia", explica.

"Na Amazônia existem 185 espécies conhecidas de abelhas e entre 30 e 50 em classificação pela ciência. As abelhas nativas estão aqui há 4 milhões de anos. Uma floresta saudável tem entre 30 e 50 espécies de abelhas sem ferrão. Um pasto ou uma área degradada não tem nenhuma, talvez uma", descreve João Meirelles, diretor-geral e CEO do Peabiru. "Cerca de 80% do valor do açaí é a polinização. Esse serviço é pago? Não. Achamos que isso é dado, como a água. Estamos aprendendo o que é a meliponicultura, que foi inventada há 50 anos. Quando trabalhamos no Oiapoque, os indígenas diziam que as abelhas aumentaram a produção de banana. É isso o que queríamos: promover segurança alimentar e uma renda complementar."

Algumas dezenas de quilômetros adiante, na comunidade quilombola Guajará Mirim, vivem 200 famílias em cinco povoados. Produzem castanhas, murumuru, uxi, açaí, cacau, mel. "Acompanho desde pequeno a vida no campo. Meu pai era extrativista de matérias-primas da natureza e comercializava em Belém. Na época era muito diferente. Éramos o maior produtor de uxi, uma frutinha doce. A gente vendia uma faixa de 30 milheiros de uxi por semana. Meu pai levava para a feira do Ver-o-peso, chegou a ir a remo. Agora existem embarcações e tem o atravessador, que vem buscar na porta", conta Carlos Teles, um dos produtores locais.

Também ali o principal produto é o açaí. Dizem que produzem o açaí mais valorizado, o "açaí da hora", que é colhido e chega rápido a mercados como Ver-o-peso, um dos mais antigos do país e uma das maravilhas do Pará. "Quando você colhe o açaí, tem que consumir logo ou levar para Belém. É o açaí da hora. Depois não vai ser o mesmo e vai até perder valor", diz Teles. "Todas as vilas aqui têm açaí, mas em muitas é somente para o consumo da família. Colher é serviço arriscado, a árvore pode quebrar ou a gente sofrer um acidente com uma cobra, mas todo serviço tem riscos. O retorno do açaí é rápido. Posso sair às 6h para o mato e 8h30 já estou em casa." O agricultor familiar diz que vende o açaí na própria comunidade ou entrega ao atravessador, que vem buscar e já leva para Belém. "Se vender aqui vou me basear no preço que deu em Belém naquele dia. Pode ter dado R$ 300 ou R$ 400 uma basqueta dessas, de 18 quilos. Em 2024, na entressafra, uma saca de açaí de 60 quilos chegou a dar R$ 1 mil", diz.

Em comunidades próximas a Belém, o atravessador não tem muito poder. "Mas em comunidades bem isoladas, como no interior do Marajó, o cara impõe o preço dele. O produtor se sujeita ou perde o que colheu", conta Potiguar. "É isso mesmo: a cadeia de valor do açaí aqui da região é muito diferente da cadeia de açaí do Marajó", concorda Teles.

Na COP30, a conferência sobre mudança climática que Belém abrigará em novembro, a bioeconomia sairá dos territórios para, quem sabe, ganhar nova dimensão. No Porto Futuro 2, o governo reserva espaços para colocá-la em evidência nos negócios e no futuro. "Um dos espaços será dedicado tanto a negócios comunitários como a startups, criando o ambiente para que se possa inovar tanto com tecnologias sociais como com ciência e em desenvolvimento, buscando alavancar os diversos segmentos da bioeconomia do Estado", diz Camille Bemerguy, secretária adjunta de bioeconomia do Estado do Pará.

Joelson Conceição da Cunha vive próximo a Carlos Teles e também é produtor de açaí. Trabalha muitas vezes com o sobrinho Anderson Galiza da Cunha coletando e deixando as "rasas" - cestos e paneiros usados para vender a fruta - no trapiche simples perto do rio. Alguém vem buscar ou leva ele mesmo ao mercado.

Faz questão de falar que lá na comunidade não trabalham só com o açaí: "Levamos cupuaçu, bacaba, pupunha, uxi, piquiá e outro tanto de frutas amazônicas". No caminho pela estrada de terra até o pequeno porto, Joelson vai apontando aos neófitos em floresta o cardápio da economia bioecológica da Amazônia. "A nossa floresta amazônica é rica. Esse é o cacau, uma caixa dessas com 60 unidades vale R$ 70 ou R$ 80. Mas o importante para quem cultiva o açaí nativo é que, ao mesmo tempo, temos o taperebá, a andiroba, o murumuru. Aquele outro ali é o cupuí, parente do cacau, mas menor. Quem se alimenta dele: nós humanos, os morcegos, o quatipuru", vai ensinando. Quati, quem? "Quatipuru, o famoso esquilo da Amazônia." Ah, tá.

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