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Donos de propriedades em região do litoral de São Paulo poderão ter que pagar nova taxa à União

A Tribuna - https://acervo-socioambiental.informativomineiro.com
22 de Nov de 2024

Alguns proprietários podem estar pagando taxas de ocupação de forma indevida, enquanto outros deixam de pagar

Uma grande parte dos terrenos localizados na orla de Ubatuba, Caraguatatuba e São Sebastião, no litoral norte de São Paulo, pertence à União. Contudo, essas áreas ainda não foram demarcadas, o que gera incertezas para os proprietários, que não sabem se podem registrar os imóveis adquiridos em cartório, além de possíveis dificuldades em transações imobiliárias.

Nesta quinta-feira (21), foi realizada uma audiência pública online, promovida pela Secretaria de Patrimônio da União (SPU) e pelo Ministério Público Federal (MPF) em São Paulo, com o objetivo de iniciar a regularização de centenas ou até milhares de terrenos nessas três cidades. Em Ilhabela, esse processo já está em andamento.

De acordo com a SPU, a demarcação visa proporcionar segurança jurídica aos proprietários e proteger áreas ambientais e territórios ocupados por comunidades tradicionais, como caiçaras, indígenas e quilombolas. Alguns proprietários que possuem imóveis próximos à praia podem estar pagando taxas de ocupação de forma indevida à União, enquanto outros deixam de pagar, mesmo estando sujeitos a cobranças.

O motivo
Isso ocorre porque os imóveis foram construídos em áreas conhecidas como terrenos de marinha, que, por lei, pertencem à União. Nesses casos, os proprietários estão sujeitos a pagar o foro (uma taxa anual correspondente a 0,6% do valor do terreno) e o laudêmio (uma taxa de 5% do valor do terreno aplicada na venda do imóvel).

A base para essa delimitação é a Linha de Preamar Médio (LPM), que define uma faixa de 33 metros a partir da linha média das marés em 1831, abrangendo o continente ou as ilhas. Essa linha foi estabelecida com base em uma carta náutica da época, que se tornou o marco legal para definir os terrenos de marinha.

A União considera essas áreas como bens públicos estratégicos para a gestão costeira, com relevância ambiental, social e econômica. Assim, o pagamento do foro e do laudêmio é tratado como uma compensação pelo uso desses bens públicos. Apesar do nome, esses terrenos não possuem relação direta com a Marinha, que integra as Forças Armadas.

Neste ano, a Proposta de Emenda à Constituição conhecida como PEC das Praias causou controvérsia ao sugerir a transferência dessas áreas para Estados, municípios ou particulares. Defensores argumentaram que a medida poderia estimular negócios e gerar empregos no litoral, enquanto críticos alertaram para os riscos de privatização de praias, impactos ambientais e perda de receitas para a União. A tramitação da PEC, no entanto, não avançou no Congresso, e a demarcação no litoral norte segue um caminho independente.

Cadastro das áreas costeiras

A audiência pública realizada nesta quinta-feira resulta de um acordo firmado em 2015 entre a SPU e o MPF, cujo objetivo é identificar e cadastrar todas as áreas próximas ao mar nos municípios do litoral norte. Esse levantamento visa informar a população e coletar dados para o processo de demarcação.

A SPU pretende concluir a demarcação em Ubatuba, Caraguatatuba e São Sebastião até o final de 2025. Em Ilhabela, o processo já está em fase final, após a realização de uma audiência pública.

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