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ONGs pedem nova audiência sobre uso de Flona por mineradora

acervo-socioambiental.informativomineiro.com
23 de Abr de 2002

Diversas entidades de Oriximiná (PA) se reuniram para pedir nova audiência pública para discussão da extração de bauxita no Platô Almeidas, na Floresta Nacional do Saracá-Taquera, pela Mineração Rio do Norte.
A questão já foi discutida no final de março, numa audiência pública organizada às pressas - a comunidade foi informada da reunião apenas três dias antes de sua realização. Já ao final do encontro, as entidades pediam pela realização de nova audiência, uma vez que a urgência com que foi realizada a primeira não permitiu espaço para uma reflexão mais articulada. O prefeito e vereadores de Oriximiná preferiram não se manifestar durante a reunião.
Segundo Rui Pimenta, do Sindicato dos Trabalhadores Rurais do Município de Oriximiná, após a audiência, a Rio do Norte ou a contatar as comunidades e associações interessadas individualmente. Apesar das propostas compensatórias - como a perfuração de poços artesianos e a oferta de cerca de 20 vagas de trabalho para a comunidade mais diretamente afetada -, a população se mostrou bastante preocupada com o futuro ambiental da região.
De acordo com Pimenta, ainda que se façam propostas de compensações financeiras, a população quer evitar a repetição, no lago do Sapucuá, do ocorrido no Lago do Batata, onde o depósito dos rejeitos da lavra mineral acabou por degradar a área, impossibilitando a pesca na região.
Outra questão que preocupa as comunidades é a derrubada de cerca de 17% do castanhal existente na área - localizado justamente no platô Almeida, em cujo subsolo se encontra a bauxita que a MRN quer explorar. O castanhal, centenário, faz parte da subsistência das comunidades da região que realizam a coleta de castanhas durante três meses ao ano.
Pimenta denuncia que, embora o EIA/Rima do projeto afirme que as castanheiras do platô Almeida seriam previamente identificadas e plaqueadas para pagamento de taxa ao Ibama, a Rio do Norte já iniciou a abertura de estradas na mata e a divisão da área em eixos sem realizar a contagem das árvores.
(-Amazônia.org.br- São Paulo-SP-23/04/02)

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