Correio do Povo - Porto Alegre - RS
13 de Mar de 2001
Mutirão contra a fome na reserva envolve o município, o Estado e a União
A pequena índia Vanessa é observada pelos pais
Os 315 índios caingangues da Reserva da Guarita (mulheres grávidas e em fase de amamentação e 68 crianças com até 3 anos de idade) com problemas de desnutrição começam a receber hoje, refeições preparadas em oito escolas da aldeia. O plano de emergência para reverter o quadro de fome, que provocou morte de 10 crianças indígenas este ano, utiliza 130 quilos de leite em pó, além de arroz, feijão, carne, massa, legumes e frutas. O mutirão emergência para os próximos 40 dias envolve o município, o Estado e a União.
Um total de 24 crianças indígenas, somente da reserva da Guarita, estão internadas em hospitais de Redentora, Ijuí e o Fundo. O prefeito de Redentora, Adelgar Luiz Paschoal, se reúne hoje, em Brasília, com técnicos do Ministério da Saúde para tratar da alimentação e saúde dos índios. Paschoal disse que os R$ 20 mil mensais destinados pelo governo federal são utilizados no pagamento de salários da equipe da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) e que há necessidade de mais verbas para fazer frente aos problemas na reserva.
O coordenador da Equipe Saúde de Família Indígena, Marcos Pinheiro, reconhece que as condições de trabalho do grupo não são adequadas e que seria indispensável uma ação conjunta dos governos municipal, estadual e federal para que a situação seja revertida. Em Redentora existe uma equipe de 11 profissionais de saúde que atuam nas comunidades indígenas.
As 10 crianças indígenas internadas nos três hospitais de o Fundo am bem, segundo as informações médicas. No Hospital da Cidade está internada apenas a menina Vanessa, de 4 meses, de Benjamin Constant do Sul, com pneumonia. Ela está no hospital acompanhada pelo pai Isaque Casimiro e pela mãe, Jussara de Oliveira, e não tem previsão de alta.
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