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Autor: Érica Polo
09 de Abr de 2010
Vestibular foi realizado pela instituição em março.12 alunos de cinco etnias foram convocados para seis cursos.
Simone Correia e Sinaré da Ressureição Braz, das etnias xakriabá e pataxó, estrearam nesta semana como calouros da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Junto com outros dez colegas, eles foram aprovados no primeiro vestibular para indígenas realizado pela instituição em março ado.
"Foi uma surpresa. O vestibular foi muito concorrido e só havia duas vagas por curso", conta Simone, que completou 22 anos. Ela vai cursar enfermagem e pretende trabalhar na unidade de saúde que deve ser construída na aldeia onde mora, perto das cidades de Itacarambi e São Francisco, em Minas.
Sinaré, de 23 anos, também de comunidade mineira, espera adquirir conhecimentos técnicos suficientes no curso de agronomia para que as atividades agrícolas de sua aldeia melhorem. Lá eles cultivam milho, feijão, banana e ervas utilizadas na medicina indígena.
Para ele, foi a segunda tentativa de ar num vestibular. "Tinha tentado a UnB [Universidade de Brasília] em 2008 mas não consegui", conta. "Estou muito feliz e com um pouco de frio na barriga", confessa o estudante. Simone estreou em processos seletivos desse âmbito. Ela cursava o 1 módulo do curso de licenciatura intercultural, na própria instituição.
Quanto à formação básica, ela concluiu o ensino médio na aldeia. Já Sinaré estudou em escola da cidade vizinha. Os dois novatos da UFMG vão ficar em moradias estudantis e só voltam para casa nas férias de julho. "Estou preparada para a maratona", comenta Simone.
Etnias
Outros cursos que recebem calouros indígenas são medicina, odontologia, ciências biológicas e ciências sociais. De acordo com a universidade, dos dez alunos que estudarão em Belo Horizonte, oito são de Minas, um é da Bahia e um do Espírito Santo. Além de xakriabá e pataxó, há estudantes das etnias tupiniquim, tuxá e krenak.
Durante o primeiro semestre deste ano, os alunos vão participar de um curso de nivelamento, com foco nas disciplinas básicas que envolvem a área de graduação. Além disso, informa a UFMG, os estudantes indígenas também terão auxílio financeiro e moradia, oferecidos através de parcerias com a Funai e outros órgãos governamentais.
Os seis cursos foram escolhidos depois de avaliação da comissão responsável pela seleção, em conjunto com os comitês indígenas de Minas Gerais e estudantes, também índios, que cursam a formação de professores na instituição.
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