Radiobrás-Brasília-DF
Autor: Bianca Estrella
17 de Ago de 2004
O ministro Nilmário Miranda, da Secretaria Especial dos Direitos Humanos, disse hoje que o acordo entre os índios Tuxá, da Bahia, e a Companhia Hidrelétrica do São Francisco resgata o valor do povo indígena. "Resgatamos também a cidadania e um novo paradigma para essas pessoas", afirmou . "O dinheiro apenas não basta, é preciso beneficiar esses indígenas que cederam suas terras para o benefício da produção energética brasileira", acrescentou.
O acordo, firmado hoje na sede da Chesf, em Paulo Afonso (BA), prevê a devolução das terras à tribo. Os índios que viviam em aldeia próxima à cidade de Rodelas (BA), às margens do rio São Francisco, foram deslocados para um local distante 800 quilômetros em virtude da construção da hidrelétrica de Itaparica.
Segundo o representante da tribo, Sandro Tuxá, seu povo sempre foi autônomo. "O mais importante neste acordo foi a garantia de terra para o nosso cultivo. Vamos poder continuar trabalhando e valorizando a cultura da tribo", disse Sandro. "Com essa dispersão da comunidade, os saberes de nossos anteados estavam morrendo", lembrou.
Tuxá explicou que o valor da indenização também é importante. Segundo ele, boa parte da tribo está cheia de dívidas e precisa desse dinheiro para organizar sua vida e para que a comunidade participe economicamente do Brasil.
O acordo beneficia 442 famílias e prevê 15 hectares de terra para cada uma, irrigação por três anos, verba provisória de manutenção e assistência técnica para o cultivo agrícola na tribo. O termo representa investimentos de R$ 86 milhões.
O ministro Nilmário Miranda, da Secretaria Especial dos Direitos Humanos, participou da negociação para a do documento, juntamente com o Ministério Público da União e a Fundação Nacional do Índio (Funai).
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