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Número de raios cresce mais nas metrópoles

O Globo, Ciência, p. 34
10 de Ago de 2011

Número de raios cresce mais nas metrópoles
Grandes cidades também registraram aumento da temperatura maior do que a média global

Renato Grandelle
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O crescimento das metrópoles mostra uma ligação inegável entre o aquecimento global e o aumento das tempestades. Esta é a conclusão de um levantamento divulgado ontem por Osmar Pinto Junior, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Uma das maiores autoridades do mundo em raios, ele é um dos organizadores da 14ª Comissão Internacional sobre Eletricidade Atmosférica, que será realizada até sexta no Rio.
De acordo com os dados levantados pelo pesquisador, nos últimos 30 anos a temperatura global aumentou 0,7 grau Celsius - nos trópicos, o crescimento foi de apenas 0,4 grau.
Estes índices, porém, são modestos quando comparados aos registrados por termômetros de centros urbanos. Hong Kong, por exemplo, está 2 graus Celsius mais quente do que há meio século. E, na metrópole chinesa, o número de raios aumentou 50% neste mesmo período.
São Paulo também viu sua temperatura crescer 2 graus desde 1960 - cinco vezes vez mais do que a média da zona tropical do planeta. As descargas elétricas tornaram-se, lá também, 50% mais comuns.
O último Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, de 2007, não previa ligações entre termômetros e essas descargas. Mas modelos de previsão mais recentes creem que a atividade de relâmpagos aumentará 40% para cada grau Celsius a mais de elevação.
- É correto concentrar o estudo nos centros urbanos, porque é lá onde caem 70% dos raios - explica Pinto Junior. -
Se a temperatura aumentar 2 graus até o fim do século, como se prevê, então teremos três vezes mais raios do que hoje.

O Globo, 10/08/2011, Ciência, p. 34

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