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Obras de Alckmin contra cheias estão paradas ou atrasadas

FSP, Cotidiano, p. C4
29 de Ago de 2012

Obras de Alckmin contra cheias estão paradas ou atrasadas
Do pacote anunciado em março de 2011, três piscinões e quatro diques não ficarão prontos antes das chuvas
Governo cita problemas com licença ambiental, fragilidade de terrenos e necessidade de fazer alterações em projetos

CAROLINA LEAL
EDUARDO GERAQUE
DE SÃO PAULO

Obras de contenção de enchentes na Grande São Paulo anunciadas pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) em março do ano ado estão paradas ou atrasadas, a pouco mais de três meses do início da temporada de chuvas.
Há problemas com a construção de três piscinões, quatro diques perto de pontes do Tietê e o desassoreamento do rio e de córregos afluentes.
Parte das obras está com problemas porque o dinheiro previsto no Orçamento acabou -caso da limpeza do Tietê- e outra parte por causa de dificuldades na execução.
No caso dos diques, a previsão era que ficassem prontos até dezembro de 2011, mas só um está sendo feito, segundo o Daee (Departamento de Águas e Energia Elétrica).
Mesmo que todos os diques começassem a ser construídos hoje, a operação deles só seria possível em, no mínimo, um ano.
Outro conjunto de obras tido como fundamental por especialistas -de dentro e de fora do governo- é a construção de piscinões, que também sofre atrasos.
O piscinão Olaria, em Campo Limpo (zona sul de São Paulo), deveria ter sido entregue em novembro de 2011, mas a fragilidade do solo na área atrasou a execução.
Outros reservatórios anunciados, o Guamiranga e o Jaboticabal, que represariam as águas vindas do ABC, nem começaram a sair do papel.
O primeiro, em área contaminada, não tem as licenças necessárias e a por recuperação ambiental; o segundo teve a licitação suspensa e terá o projeto revisado.
LIMPEZA
A Folha apurou que o trabalho de desassoreamento do rio Tietê vem acontecendo em ritmo lento há algumas semanas, chegando a parar ontem.
Por falta de pagamento, a limpeza de córregos que deságuam no rio também não está sendo realizada no ritmo adequado. Para especialistas, é preciso que o trabalho seja feito de maneira contínua.
A questão não é, segundo fontes ouvidas pela Folha, a falta de dinheiro, mas o esgotamento da verba que havia sido colocada pelo Estado no Orçamento -para especialistas, ela foi subdimensionada.
Para moradores de áreas tradicionalmente alagadas à margem do Tietê, o atraso preocupa. "Todo fim de ano o bairro alaga, não tem como escapar. É uma vergonha ar por essa humilhação", diz Mario Gomes de Sousa, 24, do Jardim Helena, na zona leste.

Outro lado
Governo nega atraso em limpeza, mas cita problemas com piscinões

DE SÃO PAULO

O governo do Estado nega que o ritmo de desassoreamento do rio Tietê esteja lento e afirma que a "intensificação dos trabalhos" no início do ano permite dizer que a situação está sob controle.
Diz, ainda, que o volume de material retirado do rio superará o de 2011. Segundo o Daee, "o cronograma de desassoreamento não é linear: em certas épocas, os serviços são intensificados e, em outras, é possível abrandá-los".
Afirma ainda que, embora o dinheiro previsto para este ano já tenha sido utilizado, o Orçamento será complementado e que "suplementações orçamentárias são rotina".
Sobre as obras dos diques, o governo afirma que terminou as escavações de apenas um deles, na ponte da Vila Maria, e que agora aguarda a licença ambiental para cortar árvores e finalizar a obra.
O Daee ainda relativizou a importância dos diques. "São obras redundantes, que oferecem uma condição adicional contra enchentes nas partes mais baixas da marginal."
PISCINÕES
Sobre os piscinões, o governo ite problemas. No Olaria, o atraso, diz, se deu pela fragilidade do solo, que gerou perigo para moradores da área e operários. Mas, afirma o Daee, tudo foi resolvido e as obras estão aceleradas.
A área do piscinão Guamiranga está contaminada e, por isso, as obras não começaram. O governo diz que faz a descontaminação do solo.
Em relação ao Jaboticabal, o projeto está sendo revisado, depois de o governo concluir que o custo das desapropriações era muito alto.

FSP, 29/08/2012, Cotidiano, p. C4

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidiano/63431-obras-de-alckmin-contr…
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidiano/63432-governo-nega-atraso-em…

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