Brasil Norte-Boa Vista-RR
24 de Set de 2005
Cerca de 25 produtores de seis comunidades indígenas participaram esta semana de um curso de 40 horas/aula sobre o cultivo de melancia na comunidade Vista Nova. A iniciativa faz parte do Projeto Pati-Á, desenvolvido pela Prefeitura de Boa Vista para oferecer condições necessárias à produção de frutas irrigadas, com qualidade e regularidade.
Os produtores fazem parte das comunidades Mauixi, Vista Nova, Campo Alegre, Vista Alegre, Darôra e Ilha, além de representantes da Apirr (Associação Povos Indígenas de Roraima) e do Programa São Marcos. O curso é ministrado pela engenheira agrônoma Izadora Matos pelos agropecuários Edson Peixoto Bonfim e Vagner Bezerra.
Durante a capacitação, eles aprendem novas técnicas de plantio e colheita, diagnóstico e controle de doenças, manejo e gerenciamento de lavoura, sistema de irrigação e comercialização além da recuperação do solo a partir de plantios alternativos, como o feijão. Os agricultores serão instruídos também sobre a certificação fitossanitária de origem, que é um documento de avaliação técnica necessário para a comercialização da fruta.
As aulas práticas acontecem numa área que foi especialmente preparada e adubada desde o último mês pelos técnicos da Secretaria Municipal de Assuntos Indígenas.
A intenção, segundo Isadora Matos, é que até o final deste ano, 13 comunidades estejam produzindo melancia de qualidade para abastecer o mercado local e posteriormente o mercado de Manaus (AM).
De acordo com o tuxaua da comunidade Vista Nova, Zildo Mafra da Silva, a iniciativa vai gerar renda e contribuir para o desenvolvimento da comunidade, que é composta atualmente por cerca de 180 pessoas. "Muitos jovens vão para a cidade para procurar emprego. Esse projeto vai ser uma oportunidade para melhorar a situação da gente, dando emprego para os pais e para os filhos", afirmou.
Produção
O Projeto Pati Á, que no idioma macuxi significa melancia, está sendo possível porque no início do ano a Prefeitura doou equipamentos de irrigação para as 13 comunidades indígenas.
A Espécie de melancia escolhida para este projeto foi a Charleston Gray, por ser uma variedade de maior aceitação comercial em Roraima e no Amazonas. De acordo com o agropecuário Edson Bonfim, o período entre a plantação e a colheita é de 65 dias.
Após a capacitação, a Prefeitura vai fornecer os insumos para dar início à produção. Cada comunidade deverá produzir cerca de 3 mil frutos, que serão comercializadas a R$ 3,00. Queremos prepará-los para que produzam melancias de qualidade, obedecendo todos os critérios técnicos para que a sociedade tenha certeza que está consumindo um bom produto", explicou Edson.
Quando as lavouras começarem a produzir, será feito um ciclo da fruta a cada 15 dias, evitando que o produto sature o mercado. Um caminhão será disponibilizado para o escoamento da produção.
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