Sede de Pacaraima deve ser excluída da terra indígena

Vez por outra a população da cidade de Pacaraima é surpreendida por declarações de que será retirada de lá. Mesmo sendo mais antiga que a demarcação da terra indígena São Marcos, a sede do Município não foi excluída, levando o Ministério Público a propor a evacuação da cidade. O superintendente Titonho Beserra informou que em se tratando
de terra indígena, o Incra só atua no assentamento de não-índios eventualmente ali residentes. Mas ele disse estar informado sobre um processo de definição da área urbana de Pacaraima, porque é uma cidade consolidada em área de fronteira. "É lamentável que na época em que fizeram a demarcação não retiraram a sede do Município. Sei que o
prefeito Chico Roberto está empenhado em buscar uma alternativa e nós esperamos que em breve aquele problema seja solucionado", observou.

REUNIÃO - O superintendente viajou ontem à noite para Brasília e, na próxima segunda-feira, espera reunir e pedir a todos os prefeitos que entreguem os documentos necessários à regularização das terras urbanas. Ele acredita que a medida facilitará o adensamento populacional hoje concentrado em Boa Vista no percentual de 62%.

Em Brasília, no encontro com a participação de assessores do presidente Lula, da Casa Civil e direção do Incra, deverá ser definida a política de governo para ser executada em Roraima. Titonho Beserra espera que a proposta ganhe o status de plano de governo e a partir daí as condições para se resolver definitivamente o problema fundiário do Estado. "É um anseio da população que deveria estar resolvido há muito tempo. Creio que a partir dessa decisão teremos metas a serem
alcançadas. Vamos chamar os demais parceiros: Estado, municípios, entidades privadas, enfim, todos que puderem contribuir com a aceleração do processo", avaliou o superintendente.