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Vale estuda nova mina em Carajás

OESP, Economia, p. B11
28 de Abr de 2007

Vale estuda nova mina em Carajás
Segundo Roger Agnelli, projeto Serra Sul tem reservas de 12 bilhões de toneladas de minério de ferro

Mônica Ciarelli

No dia seguinte ao anúncio do aumento de US$ 1 bilhão em seus investimentos este ano, a Vale do Rio Doce informou ontem já ter planos para abrir uma nova mina no complexo de Carajás, no Pará. O presidente da mineradora, Roger Agnelli, adiantou que o projeto Serra Sul pode entrar no orçamento de 2008. O objetivo é ampliar anualmente a produção de minério de ferro em 10% e, com isso, atender ao crescimento da demanda mundial.

Agnelli não fala em cifras, mas adianta que a mina de Serra Sul tem reservas de 12 bilhões de toneladas de minério. 'Está chegando o momento de abrir essa mina', disse. 'É um minério de altíssima qualidade e custo baixo.' O executivo explicou que os investimentos em logística ao redor da mina já estão em andamento.

O presidente da Vale disse que a demanda por minério de ferro continua muito forte e que o mercado deve permanecer aquecido nos próximos dois anos. Por isso, a Vale considera necessário promover estudos que possibilitem balizar novas ampliações de produção.

Na quinta-feira, a companhia elevou seu orçamento para este ano de US$ 6,3 bilhões para US$ 7,3 bilhões. Na revisão, a mineradora ampliou de US$ 14 milhões para US$ 66 milhões os investimentos na expansão da capacidade das minas de Carajás, dos atuais 100 milhões de toneladas para 130 milhões de toneladas, patamar a ser alcançado em 2009.

INCO

Agnelli explicou que a empresa quer ampliar ainda sua produção de níquel. Para isso, vai aumentar os aportes em projetos considerados chave, como o de Goro, uma mina da recém-adquirida canadense Inco, na Nova Caledônia, Oceania. O orçamento subiu de US$ 1,4 bilhão para US$ 3,2 bilhões. Parte dos investimentos será destinada a resolver questões ambientais.

A Vale utilizou tecnologias já adotadas na subsidiária Alunorte para o projeto. O cronograma prevê a entrada em operação no final de 2008. A mineradora pretende ainda acelerar o início das operações de outro projeto de níquel, Onça Puma (PA), para o começo de 2009.

A Vale também indicou que pode desistir de construir uma siderúrgica no Maranhão em parceria com a chinesa Baosteel, caso o governo local estabeleça como moeda de troca para a concessão de licença ambiental a implementação do projeto no município de Bacabeira. A mineradora quer instalar o pólo na Ilha de São Luís, onde já há terminais para o desembarque do carvão e ferrovia para a chegada do minério.

'Temos de buscar o melhor lugar para implementar um projeto de US$ 3 bilhões a US$ 4 bilhões', disse Agnelli. Segundo ele, a transferência do projeto do litoral para o interior poderia elevar os custos em até US$ 700 milhões. A Vale considera o projeto da nova fábrica ' ambientalmente correto' e diz já ter desembolsado US$ 18 milhões em estudos de engenharia para a implantação.

OESP, 28/04/2007, Economia, p. B11

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